segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Arrumando-se pra um casamento. Arrumando-se para um céu.



Fizeram-me uma pergunta no sábado, dia 10/10 sobre um texto bíblico. A pergunta foi mais ou menos assim: “Matheus, você sabe onde fica aquele versículo bíblico que diz: “porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos””, na hora eu realmente não me lembrava e respondi: “desculpe, mas posso te trazer a resposta amanhã? Pesquisarei e sem falta o trarei a você”. A experiência mais maravilhosa com tal momento não foi à busca pelo texto, isso o google me ajudou, mas sim o que aquele texto me traria.

Em primeira instância, já tinha um conceito em minha mente formado, sobre tal texto, mas resolvi abranger meus conhecimentos: li o texto de Mateus 22. 01-14. Deus me lembrou, nesta madrugada que muitos são os convidados para a eternidade de Cristo, porém poucos são os escolhidos.

Eu sempre gostei de comparar o serviço, ou seja, meu trabalho, minha visão do que é, e como devo portar-me, o meu trabalho rotineiro com o casamento. Eu acredito que, assim como o casamento, deve ser nosso trabalho. Ainda que haja amor, se não há comprometimento, envolvimento, investimento para que ele cresça, aos poucos ele corre o risco de tornar-se desgostoso e até chagar ao fim, mesmo que o amor permaneça. Minha agradável surpresa foi poder encontrar na bíblia a comparação do casamento com o céu. Precisamos nos envolvermos, fortalecer-nos e preparar-nos para uma eternidade não tardia de vir.

Talvez você tenha achado, no mínimo, um pouco diferente o título que dei a esta postagem, mas é essa comparativa que quero firmar realmente em nossas mentes. Mas qual a semelhança dessa arrumação? O que o casamento tem a ver com o céu? Vamos adentrar ao terreno da parábola de Jesus denominada: “...das bodas” e descobrirmos, crescermos na graça e conhecimento, juntos?

Uma mensagem de forma simples

Vou confessar-lhes: para tornar meus textos mais ricos de nossa língua e até para não tornar algumas palavras repetitivas de mais, recorro-me ao auxílio dos sinônimos. Aprendo muito fazendo assim, porém a intenção de Cristo quando falava por parábolas, era uma só: tornar sua mensagem simples aos seus ouvintes. Seu objetivo era comunicar-se e ser entendido. Cristo na sua suma sabedoria, de ser o próprio Deus, caracteriza, familiariza suas histórias com os costumes do povo de Israel. Assim podemos compreender as analogias feitas por Jesus.

Cristo, sempre gostou de utilizar parábolas, ou seja, histórias, para fazer uma comparativa, até mesmo uma ilustração verbal, a fim de tornar a mensagem de seu Reino e Reinado mais fácil ao intelecto das pessoas de seu tempo. Embora a bíblia nos revele de maneira bem poética tais ensinamentos, tenho em minha mente, por certo que o objetivo de Cristo era a simplicidade. A busca pela forma mais clara, era para que seus ouvintes pudessem aprender, simplesmente, a Sua mensagem. A parábola que estamos estudando, é mais uma de suas várias que fez.

A preparação

“o Reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho”. A primeira analogia é nos dada no verso dois do texto estudado. O príncipe da ocasião é o próprio locutor da mensagem: Jesus. O rei, Deus, celebrando a boda de Seu filho, é o encontro do Noivo, que é o príncipe, com a noiva de Cristo, que somos nós, a Sua igreja, o grande dia final.

Nos últimos instantes da história do mundo, onde você gostaria de estar? Você já se fez essa pergunta? Eu já me fiz várias vezes. Se você ainda não a fez, pense um pouco, pare de ler, reflita e imagine, onde você gostaria de estar nos últimos instantes deste mundo? – vamos pare um pouco de ler e pense –

Retornando aos pensamentos, na “viajatória” que alguns filmes nos acometem, uns desejariam estar na praia, como numa celebração de ano novo. Outros, com placas em cima de prédios esperando os “extra terrestres” que consumirão a terra e em seus cartazes palavras como: welcome (bem-vindo). Uns optariam pela família, na falta de fé, esqueceram de salvá-la e acha que só ele irá pro céu e nunca mais verá sua família.

Não sei se você acertou o lugar certo para se estar quando Cristo voltar. Quer um bom lugar? Quer sabe onde eu pensei em estar? De frente ao espelho. Estranho, não? Vê-se pela ultima vez, ou ajeitar o cabelo? Não, não é nada disso. O espelho que quero estar chama-se: edificação. Num casamento, especialmente quando somos convidados de honra, gastamos horas nos aprontando pra ele. A boda de Cristo, o casamento, o encontro dele com sua noiva, com sua igreja, conosco, é muito mais importante. Vamos ao casamento, maltrapilhos? Não é do que você veste hoje enquanto lê esse blog, da roupa de seu corpo, que estou falando. Estamos maltrapilhos quando estamos com os adornos do pecado.

Antes de aprofundar-me na explicativa dos adornos, vamos nos desprender do materialismo e apegar-nos apenas no espiritual. O espírito nos instrui, quando damos lugar a Sua voz, ao o que é certo, mas em minhas comparações, quando refiro-me aos adornos, estou fazendo analogia a atitudes, mesmo que pequenas de pecados, que quando tomamos, estragamos nossas vestes.

Eu sempre rebati no ponto de nossa transformação, como diria um grande amigo, nossa metanóia, pois é ela a chave fundamental de nossa entrada no céu. A salvação não vem de nada que você possa fazer, mas vem do agrado, da graça, de Deus. Graça vai muito além de seu significado tanto dito, vai além do favor não merecido. Quando Deus acha graça em você, ele encontra clemência, absolvição, ele retira sua culpa, encontra remissão de pecados. Só é remido aquele que limpa-se em Deus de seus erros.

Os convites

A bíblia diz-nos que Deus envia seus convites. Envia “os servos a chamar”. O convite para “todo aquele que nele crê” (João 3.16). Nessa comparação não são todos os convidados que aceitam a este convite. Nos tempos de Jesus, a não aceitação dEle, de sua missão, de sua identidade já era existente, hoje ela é prolongada e muitos “ouvem e endurecem seus corações”.

Eu tenho uma interpretação peculiar desses versos (3-5). Há um convite, há uma insistência. Jesus convidou o mundo, porém o mundo não o recebeu. Então ele dá características que fazem atrair os convidados. Há um banquete celestial preparado para nós em nosso novo lar. Muitos têm dificuldades e até medo de aceitar este novo lar, receber este convite.

Mas mesmo na insistência de Deus, muitos insistem pela não aceitação do nobre convite. Damos nosso sim a este, quando o nosso coração diz sim as coisas de Deus. Diz sim a vida de seu Reino que se iniciou em Jesus, o Príncipe, Governador, da Paz e firma-se em Seu reino celeste.

Imagine que você recebe o convite para uma festa de um Reino. O maior Reino da história. No vislumbre da primeira instância, quem rejeitaria? Porém há uma interferência. Os convidados são cegos. Somos segados por belezas superficiais e caímos no engano de falsa busca de felicidade que é proporcionado pelo pecado. Na busca do diabo em equipara-se a Deus, ele enfeita seu banquete muito atraentemente, seus alimentos, proporcionados, são afáveis, agradavelmente atraentes aos olhos, porém é como se fizéssemos o mesmo bolo de formas diferenciadas, pois o produto de alimentar-se desses diferentes pratos é o mesmo: roubo de vida em plenitude de abundancia, morte da esperança de uma humanidade de glória e destruição.

Há uma palavra no verso 5 que chama-me muita a atenção: caso. O verso nos relata, na parábola de Cristo, a atitude que muitos dos convidados tomam quanto à convocação. Não se interessam e muito mais, não dão importância. Diz que um cuida do seu campo e outro para aos cuidados de seus negócios. É nas pequenas e, que muita das vezes rejeitadas, coisas que está o sumo da maravilha que é ter vida com Deus.

Existe uma interpretação que me foi dada por Deus e marcou-me muito, ficando gravada quando eu estudava o livro de Efésios que diz: “a minha luz é realmente notada quando os holofotes estão desligados”. Embora a aplicabilidade de tal expressão nos leve a diversos pontos, quero focar-nos ao melhor que experimentamos em nossa vida com Deus. A nossa luz, quando esta acesa, ela não precisa que os olhos das pessoas notem o que faço pra Deus, pois faço por amá-lo. Minha luz esta fortemente acesa, quando não preciso de “porquês” para orar a Deus, mas dou importância aos convites noturnos de levantar-me, perder uma noite de sono, pois é mais compensador passar tempo com Deus. “maior paz tem o que serve ao Senhor”.

O mesmo convite, a dois públicos alvos são feitos. O primeiro, aos que conheceram a Deus, tiveram a experiência de ver quem Ele é, mas seu amor, destes em primeira instância escolhidos, esfria-se. Deus convida-nos todos os dias a desfrutarmos do seu banquete de vivência com Ele. Os escolhidos por Deus, o motivo pelo qual ele preparou Seu banquete, foi os que um dia disseram sim a Ele. O convite de Deus é para uma eternidade e a semelhança do casamento, ainda que o endereço seja desconhecido, a data parecer um pouco longe, ele diz-nos para preparar-nos. E pra participar dessa data não podemos estar de qualquer forma, por isso o mundo desiste do convite que recebem e esfriam-se em suas expectativas.

Perdem o foco de Deus e arrumam diversas justificativas pela sua desistência. Perdem a fé, o amor por Deus e apegam-se ao seu materialismo enraizado nos relacionamentos, no monetarismo, no que possuem e julgam estas coisas mais importantes. As bodas estão preparadas, porém aos convidados estão indignos. Ele veio para salvar e escolheu salvar os que estavam perdidos, porém não deram credito as suas palavras.

Todos agora são convocados, ajuntados, como diz a bíblia, para esse momento. Bons e maus são recolhidos e postos ao privilégio de ver o Rei. Pois todo olho o verá. A festa nupcial, o dia tão glorioso, o ansiado dia por nossas almas, chegará, diante do trono de Deus todos nós. “... grandes e pequenos que estavam diante do trono...” (Ap. 20.12)

O grande dia

Embora as mulheres desejem com maior expectação tal momento, talvez por isso a igreja seja chamada de noiva (risos), todo bom homem que se preze, deseja um feliz casamento. Toda alma que deseja Cristo, tem expectação pelo dia da revelação de Sua glória. Ainda que planejemos coisas terrenas, o nosso foco deve estar em Deus.

Esperamos em Deus e quando esperamos nEle, o tempo passa e as esperanças são renovadas. Aprendi algo maravilhoso em uma música que dizia: “pois que em espera em Deus não se cansa, em Deus renova as esperanças.” As vezes esperamos em Deus coisas que nos satisfazem e não alcançamos, mas Deus renova nossa esperança de que as coisas vão melhorar, tão logo, e o melhoramento que esquecemos e o céu.

Quem espera em Deus nem sempre alcança. Não alcança aquilo que ambiciona, mas alquilo que Deus o faz almejar, isto sim, no tempo certo lhe é proporcionado em doce e agradável cheiro de graça. Quando Paulo, um grande servo de Deus pede que Deus o livre de algo que o incomodava, a resposta de Deus é simples, forte, e diz: “a minha graça te basta” e o perfeito, para entendimento de o que nos é concedido por Deus é a conclusão a explicação de Deus: “pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Somos mais sensíveis a Deus quando estamos contritos do que quando alegremente despercebidos.

O rei chega para ver seus convidados. Deus chega para o grade dia final. Seus olhos passam por sobre todos e ele sabe todas as coisas. Ele não se prende a fisionomia, ele não observa face, ele não se prende as intenções. Não há ouvidos para declarações, não mais. É encontro, início do perpétuo. O casamento pra Deus não foi deturpado como para o homem, o casamento, a união em Jesus é eterna. Só há uma diferença, a morte já não mais separará o que Deus unir.

Vestes celestiais

Na nossa linda parábola, Deus lembra-nos, que nós precisamos arrumar-nos envoltos de santidade. Por isso que disse, no inicio deste texto que precisamos nos avaliar, saber se estamos “bem vestidos” para Deus.

A bíblia diz que o Rei sai e encontra um homem que não estava trajado com veste nupcial. Lembra? Foram convocados bons e maus. Todos nós queremos o melhor. E somos capazes das mais bárbaras e levianas atitudes para obtermos o bem. Porém sob a óptica de Deus, nada se faz oculto. Ao observar que aquele homem não estava propício aquele momento, o Rei o retira dali.

O que difere os convidados, os aceitos dos não, são suas vestes. Adornos de santidade são opcionais, mas são eles que por Cristo Jesus concedem vida e vida em abundância. Só em Cristo há vida. As nossas vestes, o modo como nos arrumamos nos dias de hoje, na forma de carne, pode até tornar-nos mais atraentes às pessoas, mas a vida só atrai vida e Deus não sonda o exterior.

“porque muitos são chamados, porém poucos os escolhidos”. Não há número restrito de pessoas que participarão do banquete. Não existe lista visualmente disponível desta seleção. Os que tiverem seus nomes escritos no livro da vida, este sim são escolhidos.

Aqueles que têm sua visão em Deus, que o ama em seus atos, estes sim serão os escolhidos, pois O conheceram em seu amor. E cada um será julgado segundo suas atitudes. Com roupas de santidade, alvas, brancas, sem manchas de pecado, limpas no sangue do cordeiro, pois Ele veio nos purificar, encontraremos o noivo. O branco lembra a pureza, a vida alva, em Deus, lembra purificação.

Não esqueça: “talvez seja difícil manter a casa – no sentido nossas vidas – limpas pelo dia todo, porém eu posso propor-me a viver limpando-a”. Não saia de frente de seu espelho chamado reflexão interior, de atitudes, de modo, reflexão de se tenho agradado a Deus.

Gostaria de acabar escrevendo algo que embora tenha sido extraído de momentos descontraídos com amigos me faz lembrar por que vivemos. Na exalação pessoal, de si mesmo (risos), um amigo me disse:

- “Deus me disse: Desce e arrasa”.

Sem querer exortá-lo ou repreende-lo o respondi:

- Deus me disse: “Nasce e se prepara!”.


O que se assenta no maior de todos os tronos preocupa-se com o menor.
O menor de sua casa, Ele o exalta.
Os olhos do homem procuram bases para sua fé.
A fé está naquilo que não podemos ver.
A fraqueza nos mostra o agir de Deus.
Quando observamos os feitos de Deus em nós, não nos sentimos mais fracos.

***leia Apocalipse 20, para maior amplitude de analogia e contextualização de tudo escrito aqui. Vamos! Nos preparemo-nos, dia a dia, de glória em glória, arrumando-nos de melhores e lindas vestes, de santidade, para sermos reconhecidos por Deus com um convidado de Seu banquete imensuravelmente melhor que as delícias mortais deste mundo.


Com saudades enormes desses tão crescentes momentos, desejo a você uma excelente semana e com amor digo: é bom escrever para o blog.

Em Cristo, Ósculos.
Matheus Gerhard

2 comentários:

Marcus Gerhard disse...

"Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e cura para o corpo." Pv 16. 24.

Deus te abençoe, Theus

Unknown disse...

Deus continue te abençoando, te inspirando para nos edifcar. Você é uma benção em minha vida. Quero ir a este casamento rs ou melhor ser a noiva de Cristo. olhando-me no espelho e com as vestes adequadas.