terça-feira, 27 de abril de 2010

Atos e relatos da vida

Quando a maçaneta começa a girar

Cena comum em filmes que tem o intuito, temporal ou objetivado em todo seu contexto, de trazer a sensação de pergunta: “O que está por vir?”. A impotência causada pelas necessidades é mais dolorida do que a sensação que temos mediante aos acontecimentos incertos. Mistura-se ao caldearão dos sentimentos a alegria, pois em fim uma porta se abriu, um pouco de medo, pois não sabemos quem entrará no quarto, pois torcemos para que seja a realização. A ansiedade pra que tudo aconteça logo. E o melhor dos sentimentos a sensação de que Deus está perto.

A porta hoje, ainda não está aberta em minha vida, mas Deus já tem girado a maçaneta e estou muito feliz por isso. Estou em momentos de decisões na vida profissional e infelizmente isso se estende a vida acadêmica e afeta, mesmo que eu relute contra, a vida pessoal e emocional. São os resultados de minhas orações, mediante a graça de Deus, aumentando minha fé e me mostrando que Deus está e se importa.

O resultado das orações vem. Muitas vezes não pedimos, não oramos, somos preguiçosos e focados no ponto errado: nossos próprios interesses. Paulo dizia que não sabemos pedir (Tiago 4.3), por isso não alcançamos muitas coisas e até mesmo coisa alguma. Nós somos sim egoístas, na natureza do pecado, o que é pecado, seja qualquer sentimento ou atitude é natural, sendo assim, o desgosto, a inveja, egoísmo e qualquer outro sentimento que você pensar ser ruim ele está plenamente acessível a você. E a natureza do homem é egoísta. Vivemos, ou perdemos a vida inteira, em busca de nossas realizações. Não as que venham nos trazer produtos de tranqüilidade, mas, na maioria das vezes, o elevar de nosso nome. Esses são os momentos em que confundimos privilégio e “puxasaquismo” por felicidade.

A paz está acima da razão SEMPRE

Se você sair em busca de coisas que te tragam paz, enganosamente voltará, pelo mesmo caminho, frustrado. Mas, se você, em paz, sair para sua busca, mostrará aos outros, ainda que confusos, a essência do refrigério. (conheça a história de Ana. [1Samuel 2] ).

Estava pensando, neste ultimo sábado, enquanto participava do curso para pregadores leigos em minha igreja, no seguinte aspecto: na maioria das situações onde estamos passando dificuldades e insistimos, “maquiando” as fraquezas e nos perdendo nos nossos erros, nos iludimos nas falsas modéstias de que tudo está dando errado pra mim. Eu aprendi a me questionar se realmente as coisas estão contrárias a mim ou se sou eu quem insiste em me contrapor a elas. Os olhos de Deus vêem melhor, pois enxergam depois da curva, antes mesmo que ela chegue. Não perdemos nada em retirar potência de dentro de nós. A impotência não é falta de fé, mas o colocar da mesma fora de si.

Sentimentos. Acostumamos-nos a dizer que os temos, mas perdemos muito por não saber vivenciá-los. A paz é assim, você não precisa de nada para tê-la, mas ela é tudo o que precisamos ter.

O maior amor do mundo

“Quem disse que o amor pode acabar?”
Banda Catedral.

“Nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus”
Apostolo Paulo.

Há poucos dias esbocei uma canção, denominada “o maior amor do mundo”, movido pelo imenso desejo de viver a realidade contra princípios humanos desse sentimento. Certa vez ouvi de alguém: “é impossível viver o amor de Coríntios 13. Aquele amor não existe”. Paulo embora não tenha iniciado – ao menos não existem relatos que – uma vida conjugal, o amor que ele tinha por Cristo e pela obra ao qual executava revela as singelas características vivas do amor. Ele viveu exemplarmente esse amor e pode falar com propriedade dele. Pra mim, o amor que não se enquadra em Coríntios 13, é qualquer coisas, até alusões de tal sentimento, menos amor. As pessoas cantam, escrevem sobre tal texto, por alguns instantes o praticam, mas o sentimento que maior necessita de nutrição, - não pouca, pois este sentimento é faminto – é o amor. A pureza do amor não é cabida aos impuros, mas insistimos na prática deste sentimento, pois fomos feitos para ele e não para a impureza.

A ira nasce sozinha e nada a antecede e ramifica-se, se não podada, em ódio, malevolência, até depressão e conduz quando não controlada a atitudes maléficas. O amor tem gestação, um período antes dele nascer. Talvez seja por isso ser o maior dos sentimentos, pois ele não nasce sem um por que. Ele existe sendo produto de atitudes que o suscitaram. O amor sim manda sinas de que irá nascer, através do afeto, da vontade de partilhar momentos, da paixão.

O grande parecer que podemos comparar a mente e o corpo, a psicologia dos sentimentos com os atos, resulta no que eles nos impulsionam a fazer. Quando você está irado com alguém, sua boca não se cala, e seus nervos não te apaziguam. Todo conhecimento que se tem aflora na anteposição quanto a quem nos ofendeu. Quando amamos os reflexos em nós não são muito diferentes, por isso que digo que o amor e o ódio ocupam o mesmo lugar, porém suas intenções mudam.

O amor

Eu gosto muito de uma frase, na realidade um provérbio que diz: “procure me amar quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso”. Se você é capaz de por em prática tais palavras: parabéns você experimentou o amor. Cristo nos amou quando estávamos perdidos. Ele olhou para nós e pode ter total certeza, Ele não encontrou nada em nós que o motivasse, foi seu próprio amor que o motivou. “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro” I João 4.19.

O amor não conhece as circunstâncias, ou quando conhece as enfrenta – como se não as existissem - mesmo quão forte sejam elas. O amor não aprova os erros, mas insisti em concertar. O amor ama a perfeição, mas é dado, também, aos imperfeitos.

Muitas vezes construímos sentimentos de afeto pelas pessoas e confundimos esse sentimento por amor. Você gostar de uma pessoa por que ela conversa sobre os mesmo assuntos que você, ou por ela possuir aptidões das quais você também se identifica é uma coisa. É fácil dizer que mesmo em parâmetro de amizade amamos a quem nos rodeia, mas há pessoas que por mais que as conheçamos de longas datas não recebem, nem nos doa amor. O respeito e afeto podem estar contidos no amor, mas não o contém.

As voltas que o mundo dá

Cresci um tanto injuriado com alguns personagens da bíblia. Adão e Eva – em minha mentalidade infantil os questionava – porque pecaram e atrapalharam a vida de tantas pessoas que nem tinham a ver com eles? O povo de Israel, porque que tinham que ser tão ingratos após a passagem, – preste atenção, não foi um rio, riacho ou cachoeira, mas – de um mar que se abriu, construindo, literalmente, um caminho onde não havia? Pra que Sansão tinha que se enfeitiçar e arruinar-se perante uma simples mulher que, embora muito bonita, não era a única do mundo?!

Encontrei uma resposta: pra me ensinar que a característica da humanidade é amar o que é transitório. Pra me mostrar que somos ingratos o suficiente pra nos apegarmos de modo temporal aquilo que é bom e muitas vezes procuramos é a beleza e satisfação de nossos próprios umbigos. Pra me mostrar que também tenho chances e posso alcançar o perdão divino.

Freud, dizia: “A maior defesa é o ataque.”. Mas em muitas vezes já me cansei antes de amolar minhas armas. Me cansei de crê, antes de se quer orar. Você pode até não acreditar, mas seu maior inimigo, que por coincidência é também a contrariedade de tal qualificação, é você mesmo. Sabe por que sãos suas paixões seu maior inimigo – quando você deseja refreá-las- ? Pois só você pra se conhecer, melhor que ninguém e ser forte, ou fraco, em tal ponto.

A história do povo de Deus, de todos esses personagens que hoje me impressionam, Adão, Eva, Sansão, Moisés, me deixam orgulhoso por ser parte de meu povo. Se você reparar bem estamos dentro de um ciclo. A história se repetindo. Influência? Persistência? Não. Naturalidade.

Matheus Gerhard.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

a vida...



A vida, referindo-se a jornada temporal do homem, resume-se em dois parâmetros: A vivência pessoal (relação interpessoal) e a convivência, (isso implica em relacionar-se) quer com Deus, ou com pessoas do meio ao qual se está inserido. As turbulências maiores da vida se apresentam nesses dois pontos. Sofremos por aprender e “descobrirmos” de nós mesmos e, ainda que teoricamente seja bela uma amizade e até o amor, sofremos às vezes com a rispidez e a falta de sensibilidade dos que nos rodeiam. Culpa dos que estão ao redor? Também. Uma hora é você que estará à volta.

O silêncio como a primeira saída pra razão

Tenho aprendido e, embora ainda um pouco contrário, no que diz respeito à prática, tenho aplicado tal teoria.

Você conhece a frase: “Quem não tem o que falar, preserva o direito de ficar quieto”. Mas, mande-me calar a boca e aumentarás a minha vontade de falar. Talvez seja esse um dos males da civilização. Somos movidos por impulsos e deixamos ele nos mover até onde queremos, na maioria das vezes. No final, jogamos a culpa nele para “aliviarmos” a nossa “carga” de culpa.

Eu não sou uma pessoa que chora muito às vistas das pessoas. Não por vontade, mas por vergonha, talvez. A vida toda tive que “assumir” responsabilidades e o “buá” me diminuiria muito nisso. Mas ao oculto sempre chorei pra Deus. Se “o choro lava a alma” eu não sei, mas que muitas vezes só melhoramos após ele, isso podemos comprovar.

“Eu ando passando por alguns problemas pessoais, no que diz respeito a minha vida profissional. É semana de decisões, onde o nosso “futuro” fica literalmente sobre a decisão de outros. Eu ando sensível, no sentido explosivo, duro um pouco, distante. Como escrevi, por assumir desde cedo uma postura segura, não sou muito afável nestes momentos. Isso preocupa as pessoas ao derredor. Elas me questionam, eu as esclareço. Elas entendem? Não sei.

O fato é que por assumir um encargo extra esta semana, a preocupação, eu me enrijeci sim quanto a alguns sentimentos. Não devo, mas o fiz. Culpa do impulso? Não, culpa minha mesmo.”...

Em alguns momentos em me pergunto: “será falta de fé?”. Uma resposta que encontrei para esse sentimento de impotência, de sentir-se 100% capaz, é: Eu tenho fé e ela baseia-se no acreditar que tudo, até o improvável, acontece e acontecerá após a aprovação de Deus. A minha impotência é fruto da fé que me ensina a ver que nada eu posso por mim mesmo, e que tudo o que eu alcançar, foi o “mais que abundante” que Deus me deu. Não posso ser forte de mais para mim mesmo. A minha fraqueza mostra o quão forte eu sou. Não se mede a força com a força. Notamos quão forte nós somos quando vemos quão fraco pudemos estar. “quando eu sou fraco, aí sou forte”.

Fale, a si mesmo, o que quiser, mas diga aos outros o necessário.

Não me refiro a poucas palavras, precisamos entender a qualidade de nossa homilia.

...“Recebi muitas palavras esta semana: “vai dar tudo certo”; “tenho orado por você todas as madrugadas”; “não chore perto de mim” (um pouco de ira deve ser acrescida a esta frase); “eu acho que vai acontecer”; “eu não te entendo”; “as coisas estão assim porque você quer”; “você é misterioso”.”...

Estou começando a crer ser falsa a sentença do “entra num ouvido e sai no outro” (risos). Toda palavra traz junto de si uma carga de responsabilidade. Nem sempre palavras de ânimo nos animam. Muitas vezes elas trazem o preço da qual foram compradas: a responsabilidade do que é incerto ter que acontecer.

O que um médico diz a uma menina quando sua mãe morre se, a momentos atrás, ela disse a ele: “eu confio em você. Você vai conseguir!” o que você diria? Como reagiria? O que dizer as pessoas quando creditam fé, até mesmo em nome de Deus, em você, porém a vontade DELE é outra e suas perspectivas se desfazem? O que dizer a si mesmo quando seu esforço “não valeu”, ou “não foram suficientes”? eis aí a arte da convivência. Por isso que minuciosamente deveríamos escolher nossas palavras. Não é tudo, na realidade quase nada, do que eu quero ouvir que eu preciso ouvir.

...“a palavra mais sábia, no entanto, não menosprezando as outras. A expressão que maior refrigério trouxe a mim não veio de um familiar, nem de um diplomata, tão pouco das pessoas que mais amo nesta vida. Foi de um homem que, por alguns segundo, apenas o tempo suficiente para proferir sua expressão, passou por mim na rua e me disse: “a paz de Cristo seja ao seu coração”. Não em cumprimento formal que ele disse isso, pois meus olhos já estavam molhados, ele disse o que eu realmente precisava ouvir. (este homem devido a um acidente do passado perdeu um pouco de sua capacidade cerebral normal).”

“Deus usa as coisas loucas – que muitas vezes não daríamos credito – deste mundo para confundir as sãs."

Eu não precisava de um soquinho no ombro. Palavras me dizendo que eu era capaz já haviam me coberto todo, elas apenas me inflamavam, porém não acalmavam o meu coração. O que eu realmente precisava ali era da paz, não caracterizada pela realizações de minhas necessidades, mas da paz de Cristo. Que não me dá como o mundo oferece. A paz que seu alcance é loucura nas palavras e atos dos homens, me encontrou e ultrapassou a consciência, entendimento, racionalidade e qualquer posição ou diplomacia.

Matheus Gerhard.

terça-feira, 13 de abril de 2010

tentar ante a tentação



"Nenhum homem sabe quão mau ele é, até que ele tenha tentado de toda maneira ser bom. Uma idéia tola, mas muito atual é que as pessoas boas não conhecem o significado ou não passam por tentações. Isto é uma mentira óbvia. Só aqueles que tentam resistir a tentação, sabem quão forte ela é. Afinal de contas, você descobre a força do exército inimigo lutando contra ele, não cedendo a ele. Você descobre a força de um vento, tentando caminhar contra ele, não se deitando ao chão. Um homem que cede ante a tentação depois de cinco minutos, simplesmente não sabe o que teria acontecido se tivesse esperado uma hora. Esta é a razão pela qual as pessoas ruins, de certa forma, sabem muito pouco sobre sua maldade. Elas viveram uma vida abrigada por estarem sempre cedendo. Nós nunca descobrimos a força do impulso mal dentro de nós, até que nós tentamos lutar contra ele: e Cristo, porque Ele foi o único homem que nunca se rendeu a tentação, também é o único homem que conhece completamente o que tentação significa–o único realista no total sentido da palavra”.

C. S. Lewis

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Feliz páscoa?


Abandonado por Deus

“E logo os soldados do governador, conduzindo Jesus à audiência [...] e, despindo-o, O cobriram com uma capa escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça.” [1].

Os espinhos não simbolizam o pecado, mas a conseqüência do pecado. Se os espinhos são os frutos do pecado, a coroa de espinhos na cabeça de Jesus não é um símbolo do fruto de nosso pecado que penetrou seu coração?

Jesus, Ele nunca se feriu com o espinho do pecado. Ansiedade? Ele nunca se preocupou! Culpa? Ele nunca se sentiu culpado! Jesus nunca conheceu os frutos do pecado... Até assumir o pecado por nós.

Então ao meio-dia, a escuridão cai como uma cortina. “Ao meio-dia começou a escurecer, e toda a terra ficou três horas na escuridão” [2]. E, ao fazê-lo, todas as emoções do pecado vieram sobre ele como sombras em uma floresta. Ele se sentiu ansioso, culpado e sozinho. Você não consegue ouvir a emoção em sua oração? “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” [3]. Essas não são palavras de um santo. Esse é o clamor de um pecador.

Por que Ele? Por que abandonar seu Filho? Desampare os assassinos, Abandone os malfeitores. Dê as costas para os pervertidos e os que espalham dor. Abandone a eles, não a Jesus.

O que Cristo sentiu na Cruz? O desgosto frio de um Deus que odeia o pecado. Por quê? Porque Ele “levou os nossos pecados no seu corpo” [4]. Em um ato que partiu o coração do Pai, mas honrou a santidade do céu, o juízo para expiação de pecados veio sobre o filho, que não tinha pecado.

E o céu deu a terra o seu melhor presente: O cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo.

Quer saber a coisa mais interessante sobre aquele que trocou a coroa do céu por uma coroa de espinhos? É que Ele o fez por você. Somente por você!

Max Lucado / Livros: Ele escolheu os cravos / O salvador mora ao lado (Adaptado).

____________________
[1] Mateus 27:27-29
[2] Mateus 27:27-29
[3] Mateus 27:46
[4] 1 Pedro 2:24