quarta-feira, 14 de abril de 2010

a vida...



A vida, referindo-se a jornada temporal do homem, resume-se em dois parâmetros: A vivência pessoal (relação interpessoal) e a convivência, (isso implica em relacionar-se) quer com Deus, ou com pessoas do meio ao qual se está inserido. As turbulências maiores da vida se apresentam nesses dois pontos. Sofremos por aprender e “descobrirmos” de nós mesmos e, ainda que teoricamente seja bela uma amizade e até o amor, sofremos às vezes com a rispidez e a falta de sensibilidade dos que nos rodeiam. Culpa dos que estão ao redor? Também. Uma hora é você que estará à volta.

O silêncio como a primeira saída pra razão

Tenho aprendido e, embora ainda um pouco contrário, no que diz respeito à prática, tenho aplicado tal teoria.

Você conhece a frase: “Quem não tem o que falar, preserva o direito de ficar quieto”. Mas, mande-me calar a boca e aumentarás a minha vontade de falar. Talvez seja esse um dos males da civilização. Somos movidos por impulsos e deixamos ele nos mover até onde queremos, na maioria das vezes. No final, jogamos a culpa nele para “aliviarmos” a nossa “carga” de culpa.

Eu não sou uma pessoa que chora muito às vistas das pessoas. Não por vontade, mas por vergonha, talvez. A vida toda tive que “assumir” responsabilidades e o “buá” me diminuiria muito nisso. Mas ao oculto sempre chorei pra Deus. Se “o choro lava a alma” eu não sei, mas que muitas vezes só melhoramos após ele, isso podemos comprovar.

“Eu ando passando por alguns problemas pessoais, no que diz respeito a minha vida profissional. É semana de decisões, onde o nosso “futuro” fica literalmente sobre a decisão de outros. Eu ando sensível, no sentido explosivo, duro um pouco, distante. Como escrevi, por assumir desde cedo uma postura segura, não sou muito afável nestes momentos. Isso preocupa as pessoas ao derredor. Elas me questionam, eu as esclareço. Elas entendem? Não sei.

O fato é que por assumir um encargo extra esta semana, a preocupação, eu me enrijeci sim quanto a alguns sentimentos. Não devo, mas o fiz. Culpa do impulso? Não, culpa minha mesmo.”...

Em alguns momentos em me pergunto: “será falta de fé?”. Uma resposta que encontrei para esse sentimento de impotência, de sentir-se 100% capaz, é: Eu tenho fé e ela baseia-se no acreditar que tudo, até o improvável, acontece e acontecerá após a aprovação de Deus. A minha impotência é fruto da fé que me ensina a ver que nada eu posso por mim mesmo, e que tudo o que eu alcançar, foi o “mais que abundante” que Deus me deu. Não posso ser forte de mais para mim mesmo. A minha fraqueza mostra o quão forte eu sou. Não se mede a força com a força. Notamos quão forte nós somos quando vemos quão fraco pudemos estar. “quando eu sou fraco, aí sou forte”.

Fale, a si mesmo, o que quiser, mas diga aos outros o necessário.

Não me refiro a poucas palavras, precisamos entender a qualidade de nossa homilia.

...“Recebi muitas palavras esta semana: “vai dar tudo certo”; “tenho orado por você todas as madrugadas”; “não chore perto de mim” (um pouco de ira deve ser acrescida a esta frase); “eu acho que vai acontecer”; “eu não te entendo”; “as coisas estão assim porque você quer”; “você é misterioso”.”...

Estou começando a crer ser falsa a sentença do “entra num ouvido e sai no outro” (risos). Toda palavra traz junto de si uma carga de responsabilidade. Nem sempre palavras de ânimo nos animam. Muitas vezes elas trazem o preço da qual foram compradas: a responsabilidade do que é incerto ter que acontecer.

O que um médico diz a uma menina quando sua mãe morre se, a momentos atrás, ela disse a ele: “eu confio em você. Você vai conseguir!” o que você diria? Como reagiria? O que dizer as pessoas quando creditam fé, até mesmo em nome de Deus, em você, porém a vontade DELE é outra e suas perspectivas se desfazem? O que dizer a si mesmo quando seu esforço “não valeu”, ou “não foram suficientes”? eis aí a arte da convivência. Por isso que minuciosamente deveríamos escolher nossas palavras. Não é tudo, na realidade quase nada, do que eu quero ouvir que eu preciso ouvir.

...“a palavra mais sábia, no entanto, não menosprezando as outras. A expressão que maior refrigério trouxe a mim não veio de um familiar, nem de um diplomata, tão pouco das pessoas que mais amo nesta vida. Foi de um homem que, por alguns segundo, apenas o tempo suficiente para proferir sua expressão, passou por mim na rua e me disse: “a paz de Cristo seja ao seu coração”. Não em cumprimento formal que ele disse isso, pois meus olhos já estavam molhados, ele disse o que eu realmente precisava ouvir. (este homem devido a um acidente do passado perdeu um pouco de sua capacidade cerebral normal).”

“Deus usa as coisas loucas – que muitas vezes não daríamos credito – deste mundo para confundir as sãs."

Eu não precisava de um soquinho no ombro. Palavras me dizendo que eu era capaz já haviam me coberto todo, elas apenas me inflamavam, porém não acalmavam o meu coração. O que eu realmente precisava ali era da paz, não caracterizada pela realizações de minhas necessidades, mas da paz de Cristo. Que não me dá como o mundo oferece. A paz que seu alcance é loucura nas palavras e atos dos homens, me encontrou e ultrapassou a consciência, entendimento, racionalidade e qualquer posição ou diplomacia.

Matheus Gerhard.

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