quarta-feira, 17 de junho de 2009

Alvos mais que a neve

É de conhecimento geral, pelo menos da parte dos cristãos deveria ser que Deus e o pecado não convivem juntos. Eles não ocupam a mesma casa. Mas todos nós podemos perceber, nitidamente, a insistência do homem na adequação de seus erros a prática da vida cristã. Todos conhecem a frase: “Venha para Deus como estas”, porém há uma continuação em tal expressão, uma parte “B” que diz: “e eis que todas as coisas velhas já passaram e tudo se fez novamente”. (II Coríntios 5: 17)

No processo vida cristã, sempre haverá mudanças, pois vida com Deus, como o próprio nome já diz é relacionamento e isso implicará uma mutação constante. Um aperfeiçoamento de atitudes. Se você vive em conflito com alguns pensamentos que acha que não deveria praticá-los, pare um pouco, respire e ore. Deus esta falando com você.

Quero te fazer um convite a ser perceptível a algumas atitudes de Deus, ou melhor, criemos uma sensibilidade à voz de Deus quer nos instrui e mostra-nos o porquê e o pra que mudanças ocorrem.

Abrindo feridas

O texto de Oséias 5 e 6 nos mostrará a corrupção de Efraim que também contaminou a Israel e Deus lhe exortando, repreendendo e trazendo Justiça aqueles. O castigo na letra do homem é revelado por justiça na imensidão e imutável existência de Deus.

Deus repreende a quem ama, por que ama. Ele traz o concilio e o perdão. Nós homens, digo eu em particular, vivemos criando promessas pra Deus. Você ter um desejo de propósitos pra Deus não é ruim, mas muitas vezes nos frustramos, pois fracassamos e erramos quebrando aquilo que antes fora proposto. Somos falhos e o pecado é nosso meio natural. Nossa natureza não é pecaminosa?

Por diversas vezes somos confundidos quanto às respostas que já nos foram declaradas. Na adversidade, retrucamos: Será que Cristo não me vê? No dia da angústia nosso coração pergunta: Onde estás Senhor? No dia da incredulidade: Você, Deus, existe?

A ciência do homem, ainda que imensa seja, é inversamente proporcional ao incalculável conhecimento de Deus. Os homens buscam caminhos, meios, para que consigam fundar suas “verdades” quanto a não existência de Deus, mas frustram-se. Freud morreu declarando que mesmo que nada o fizesse crê na existência de Deus, ele era tão falho ao ponto de não ter justificativas para que firmassem a sua declaração de que Cristo não existia.

Enquanto o homem busca respostas, Deus trás realizações. Na louca dança do mundo desesperado pelo amanhã, Deus traz a confiança e quer que ela esteja em nós. Jó, em meio a toda tribulação que sobre si estava, declara: “eu sei que meu redentor vive e por fim se levantará” (Jó 19:25).

Fácil, extremamente fácil

O jargão do mundo atual. Todos nós nos acostumamos a ouvir e a ambicionar tal estado. O salário, já não dá. Não é qualquer emprego que eu quero aceitar. Quero muito e me doar pouco.

Ontem, quando voltava para casa, ouvi de um colega de curso: “Coloquei um dinheiro na bíblia, espero que renda.” Eu o adverti respondendo: coloque lá naquele texto onde diz: “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho” (1 Coríntios 3:8) e em seguida a ele disse: “Você que não trabalhe pra vê se Deus fará multiplicar”. Hoje o milagre, o inesperado é tão esperável que Israel (nós igreja) quer estar no deserto, sem sair de lá e só recebendo o maná. Não por necessidade, mas comodismo e por falta de conhecimento de que Deus supre as NECESSIDADES. A bíblia não é bolsa de investimentos, nem carteira para se guardar dinheiro. Não espere ele render, você pode esquece-lo por lá.

Parece que estacionamos em nossa zona de conforto e tudo bem, o que vier é lucro. Não queremos o trabalho, só os seus benefícios. Ouvi uma vez de minha irmã, enfadada do trabalho a frase: “receber é tão bom, mas trabalhar é tão ruim.” Nós cansamos muito rápido. Nós desistimos mui facilmente. Não damos muito valor ao que temos. Almejamos, sonhamos, cobiçamos, mas não planejamos, nem nos satisfazemos do que temos.

Infelizmente foi-me contado um relato triste de uma pessoa, que conheço, da qual estava sofrendo pesadamente por acreditar em mentiras surgidas da mal e vil interpretação da bíblia. A mulher, da qual passou por esse estado, havia parado de trabalhar, pois: “O senhor é o (...) pastor e nada” a faltaria (salmo 23). Na falsa realidade de sua vida, ela decide largar mão de seu emprego e dedicar-se tão somente a pregação da bíblia. Na visão geral, um ato de amor, lindo, mas na triste realidade de vida, a resultante foi a falta de discernimento e presença das necessidades pessoais. Hoje uma leva de “profetas” se levanta, mal instruídos, sem conhecimento e sem dedicação ao conhecer de Deus. Iludem-se, infamam-se, e levam muito para o mesmo erro. “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor;” (Oséias 6:3a).

Ostra feliz não faz pérola

Lembrei-me de uma mensagem da qual estávamos estudando no domingo, dia 09 de Dezembro de 2008, no culto da manhã, sobre os diáconos e me veio a memória essa frase que é o título de um dos livros de Rubem Alves um grande escritor Brasileiro.

Você sabia que a palavra Diácono tem em um de seus significados o sentido de Escravo? Sim. E uma frase, muito interessante que pude ouvir naquela manhã, do dia 09, é que “para o escravo, não importa seu estado de espírito, ele está pronto.” Não vale se hoje alguém te magoou e mexeu com seus sentimentos, não importa seu ânimo. Seja alegre ou triste, é tempo de servir.

Eu na noite passada a este domingo, comecei a pensar sobre a minha posição quanto a meus ministérios e perceptível fui à voz de Deus que me fez ter saudades do tempo em que me dedicava instantaneamente a Seu ministério. Na manhã de domingo, no dia 09, veio-me uma resposta ainda mais precisa na mensagem de meu pastor que intitulava-se: “As honras do serviço”.

Agora pensando um pouco, falamos tanto em sofrimento, afinal levar a mensagem de Deus não é tarefa fácil, mais árdua. Quantas não foram às vezes que ouvimos tal mensagem, Não é? Porém esquecemo-nos que há recompensa em Cristo.

Há uns meses atrás, li uma mensagem, no livro de um grande autor chamado Charles R. Swindoll, que dizia: “Todas as áreas que forem necessárias, para que o diabo te faça cair, ele atuará. Seja seu casamento, serviço e até mesmo ministério. Ele irá te atentar até que você caia”. É bacana pensar nisto. Talvez você imagine: “mas meu ministério, tão consagrado, tão ungido, Ah Matheus, me desculpe, mas não acredito que isso seja possível”. Acredite. É possível. Quando Jesus estava no deserto, até mesmo a Ele o diabo foi atentar. Não ajunte “pecadinhos” debaixo do tapete, pois uma hora o tapete não suportará mais e seus “errinhos” começaram a ser expostos.

Dei esse subtítulo a esta postagem, pois precisamos meditar sobre nós e nossos ministérios. Como anda a sua vida com Deus? Nossa vida é como uma ostra, talvez feios por fora, por sofrer com as adversidades do mar, mas só uma irritação é capaz de ocasionar em nós um lindo resultado que além de belo é mui valoroso.

Emoção e Razão

“Filhinhos, não amemos de palavras, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração; pois se o nosso coração nos condena, certamente, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo 3:18-20). É tão lindo o derramamento de nosso coração perante o Senhor. É necessário. Um coração quebrantado e contrito Ele não rejeita. Rogá-Lo em misericórdia é em miséria de estado estar. Reconhecer que nada somos sem Deus, temê-lo é o principio da Sabedoria.

Aprendi uma declaração que me acompanhará o resto da vida: “O amor não se declara, se pratíca.” Não adiantam as boas intenções, o que prevalece é o amor. Eu tenho que ser sincero: Sou uma pessoa que me culpa muito a cada pecado. Rebaixo-me em demasia, porém tenho tomados atitudes mais fortes que essa. Reconhecer-se pecador é ver a necessidade que temos de Cristo de conhecê-lo, de buscar conhece-lo. Sofremos demais e uma boa parte desse sofrimento poderia ser anulado se com clemência nos dedicássemos ao conhecer e prosseguir em conhecer de Deus. O que realmente é da parte dele. “Que fazer, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.” (I Coríntios 14:15)

Tranqüilizar o coração. Que bom é poder fazer isto. Ter paz com Deus. Pois Ele conhece nossas limitações, ele sabe as circunstâncias. Não concorda com nossos pecados, mas está fatível ao perdão: TODAS ÀS VEZES. Escreva isto: Deus me ama e me recebe para o perdão TODAS ÀS VEZES. Não acredite na voz do diabo que tenta nos humilhar após nossas quedas. Arrepender-se é o erguer dos joelhos que tão logo levantarão o corpo e sobre a cabaça novamente a dignidade de ser chamado filho de Deus.

Tornar-se alvo mais que a neve, ou seja, mais branco do que ela, não é nenhuma utopia, mas não se esqueça, a neve, depois de alguns dias apresenta-se suja, derrete e alimenta o solo até que se recaia novamente, branca, limpa e notória.

Abraços!
Matheus Gerhard

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